PRINCÍPIOS CONSAGRADOS DE DELEGAÇÃO
Por Sandra Regina da Luz Inácio
Os princípios da delegação se apresentam com diferentes abordagens, que podem ser justificadas em função da cultura do país, e também da cultura organizacional. Para NEWMAN (1981), os princípios consagrados de delegação
eficaz são:
1. Não se pode delegar responsabilidade
Não é difícil encontrar gerentes que acreditam que após delegar certas atribuições aos seus subordinados não tem mais nenhuma responsabilidade com o processo de execução. Considerando o problema por outro ângulo, o subordinado pode pensar que uma vez que o seu superior lhe passou as atribuições não tem mais nada a ver com o caso.
Essa maneira ilusória de pensar deixa embaralhados dois tipos distintos de delegação, isto é, a que o gerente delega ao supervisor e que o supervisor delega ao seu subordinado. Acontece que a subdelegação praticada pelo supervisor não
isenta sua obrigação para com o gerente. O supervisor continua com a mesma autoridade, embora não seja ele quem vai executar as tarefas, ele continua sendo o responsável pelos resultados finais.
2. Evitar a dupla subordinação
Ninguém pode servir bem a dois senhores. Este princípio é perfeitamente reconhecido pelas empresas, cada subordinado deveria receber ordens de um único supervisor. Mas na prática, normalmente, isto não acontece e o subordinado termina recebendo ordens de mais de um superior. Isto deixa o indivíduo um tanto confuso, procurando atender aqueles que lhe dão ordens, mas sem saber exatamente quem é seu verdadeiro chefe.
3. Autoridade deve ser equivalente à responsabilidade
O princípio de que a “autoridade e a responsabilidade devem ser equivalentes” é muito bem reconhecido pelas empresas. Admite, de um lado, não ser justo responsabilizar uma pessoa pelos resultados de atividades que não pode orientar de acordo com seu próprio critério e reconhece, por outro lado, que quando se dá a alguém considerável liberdade de ação, implica em torna-lo responsável pelo emprego que der a essa permissão.
4. Princípios da delegação LOEN (1987)
O importante para a empresa é o resultado final. Portanto, o administrador deve procurar exigir dos seus subordinados os resultados esperados, muito mais do que os métodos que serão usados, desde que estes métodos sejam legais e não
infrinjam a política da empresa.
É sempre importante que o administrador tenha um caminho a seguir, as diretrizes seguintes vão facilitar um desejável trabalho de delegação.
a) Execute seu plano de organização.
Após o desenvolvimento da estrutura da organização onde foi conceituada a forma
de delegação em termos de deveres, responsabilidades e autoridade para cada
posição, em seguida deverá fazer as atribuições e conseguir informações através
do seu plano de organização. Isto é importante para que os componentes do
grupo fiquem cientes das suas atribuições.
b) Evite tomar decisões rotineiras.
É muito comum o administrador tomar decisões rotineiras, mesmo dizendo que
não vai tomá-las. Isto ocorre naturalmente porque, para o subordinado pode ser
muito difícil o que para o administrador é simples demais. Porém isto não pode
acontecer dessa forma o administrador poderá ficar sobrecarregado com
problemas banais. É preciso que haja uma política de procedimentos definidos e
seja informado ao seu pessoal de maneira que não fique nenhuma dúvida.
c) Obtenha sugestões de seus subordinados.
“O que você sugere? ” Esta é uma pergunta que todo administrador deveria fazer,
para melhor realizar um trabalho de delegação. Mas nem todos fazem esta
pergunta talvez porque queiram se fazer necessário, ou porque queiram resolver
todos os problemas e até mesmo porque queiram que os subordinados dependam
sempre do seu apoio.
d) Faça com que seus subordinados participem de reuniões
Esta é a maneira mais adequada de projetar o seu substituto e proporcionar aos
seus subordinados o seu relacionamento com o superior. Se você deseja
promover os seus subordinados, procure envolve-los nas áreas de interesse do
seu superior.
e) Evite delegar em excesso
Quando se trata de delegação não é bom partir para o tudo ou nada, é preciso
tempo, treinamento e acompanhamento. Há sempre uma fase crítica, na qual o
indivíduo precisa de apoio para se adaptar, e o acompanhamento pode evitar
resultados indesejáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOEN, Raymond O. Administração eficaz. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1980.
NEWMAN, W.H. Ação Administrativa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1981.
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